15.10.25

Descrente

Não consigo falar da Faixa de Gaza nem da Ucrânia de Trump. Só observo megalomania e negócio. Não vejo motivo para idolatrar o americano, e desconfio que os americanos adormeceram sem darem conta do pesadelo que os espera... a raposa passeia eufórica no galinheiro. Ainda vejo as penas elevarem-se nos ares como se balões em dia de festa.
Na Europa, repetem-se as angariações de fundos e as promessas de rearmamento... no entanto, a Rússia vai demolindo os dias de Kiev sem que se veja quem se lhe possa opor. Nas televisões, vivemos os abraços, os beijos fingidos e as juras de quem só consegue repetir estereótipos.
Eu, pelo menos, ainda desconfio de mim, embora não prometa nada, nem faça juras. Amanhã, será outro dia, em nada diferente dos anteriores, infelizmente...

14.10.25

Lúcia

Relembro o falecimento (14-10-1956) daquela avó, Lúcia, que partiu sem me deixar marca de contacto físico. Teria 125 anos, hoje...

Dela só registo o pouco que me asseguraram: uma mulher que lutava diariamente pela família, fazendo a pé uma duzia de quilómetros para vender no mercado de Torres Novas os produtos que a terra disponibilizava estação a estação... 

Uma mulher que sacrificava a saúde por uma causa maior! Uma mulher que seria rigorosa na educação das três filhas, mas disso nenhuma delas se queixou, que eu me lembre.

Muitos familiares partiram, mais mais ou menos diluídos no tempo, mas dela lembro-me sempre.

10.10.25

Dia assinalável

Assinalável pela atribuição do Prémio Nobel da Paz 2025 a Marina Corina Machado e pela coragem de não o atribuir a Donald Trump...

Esperemos que Trump não se vingue passando a proteger o ditador Nicolás Maduro.

6.10.25

Um presidente comprometido

Ele que gosta tanto de palrar, no dia da República, perdeu o pio... e nem sequer foi capaz de ler o que escreveu sobre o 5 de Outubro... Porquê? Por causa das eleições, ele que nem sequer é candidato...

Neste dia, a obrigação do Presidente da República é celebrar a data, elogiando e criticando o que for conveniente, independentemente dos comparsas que o acompanham no acto.

Tenho pena que o Presidente da República não saiba respeitar o cargo para que foi eleito. 

3.10.25

Flotilha sem armada

A flotilha sonhava com uma armada. Como esta não iria comparecer, o fracasso era inevitável. Sonhar, segundo se diz, não tem custos. No entanto, neste caso, há custos que acabarão por ser pagos pelos palestinianos.

Há situações em que não basta querer, é preciso que a armada se mova. Infelizmente, nada disso está a acontecer na direção certa: dizimar populações não é aceitável, seja em Gaza seja na Ucrânia.

Estamos numa época em que as palavras escondem a cobardia das armadas.

30.9.25

Na bandalheira

Vestem bem, mas têm um comportamento desprezível. Por ora, falam como os maltrapilhos, indo ao ponto de lhes apertar a mão... Apesar de desprezarem os pelintras,  descem do púlpito para lhes caçar o voto - como iguais.

Na bandalheira, vamos resvalando para a valeta, ao contrário de outros tempos  em que era necessário subir à montanha.

27.9.25

Perplexidade

Por entre tantas convicções, vivo inquieto, pois elas não perspetivam qualquer futuro que traga paz, pão e tranquilidade. Já nem falo de saúde, pois ela pode ser posta em causa a cada momento...

De facto, não basta querer salvar o mundo, é preciso salvarmo-nos de nós próprios, porque somos nós que catapultamos para os lugares de poder aqueles que só aspiram a espalhar o TERROR.

Nada do que está acontecer é surpreendente, basta olhar para trás. Abolida a História, cada um começou a desenhar um caminho em que os obstáculos passaram a ser eliminados em nome do individualismo absoluto, mesmo se, por vezes, este se disfarce de defesa de genuinos valores coletivos.